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Hoje os rostos que eu via quando eu era jovem vão se transformando ate que eu os reconheça.
Parecem mosaicos de um caleidoscópio, transformando, multando, ate que me lembre...
Minha memória anda fraca, às vezes lembro-me de algo, e me parece que sonhei. Daí, me pergunto. Sonhei, ou vi?
Quando eu era jovem era assim... Talvez fosse assim porque eu era jovem.
O coração às vezes parece que quer parar. Daí eu digo para ele. Vamos amigo... Só mais um pouco. Ainda tenho algo a ver. “não deixe nada pra depois, não deixe o tempo passar. Não deixe nada pra semana que vem. Semana que vem pode nem chegar...”
Daí ele volta a bater.
Esses dias eu vi um pássaro. Ele era normal, não vi nada de mais, mais esse pássaro me fez lembrar um dia em que eu estava realmente onde eu queria estar. Era um lugar normal. Mas não foi menos especial, já faz algum tempo, mas me lembro bem. Era uma cabine de um estádio de futebol onde comemorei ter passado de ano com meu irmão. Não sei por que desejei estar ali... Mas estava bem. Estava em paz. Não havia som, não havia carro, nem pessoas ao meu redor. Só eu e um pássaro. Era engraçado... Ele parecia que estava ali por mim. Mas disfarçava. Eu olhava pra ele, e ele estava olhando pra mim, mas virava de lado... Conversei muito com ele. E ele parecia me entender... Depois foi embora. Eu fiquei ali.
Não sei por que me lembrei disso. São essas situações que me fazem achar que sonhei.
E o coração bate fraco... Como se quisesse parar.
Bate mais um pouco. Fica aqui comigo meu amigo... E ele volta a bater.
E isso voltar a bater à minha porta...
Angello Max
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